Emergência do vírus Influenza A-H1N1 2009 no Brasil: a propósito do primeiro caso humano de doença respiratória aguda grave em Minas Gerais / Emergency in influenza A-H1N1 in 2009 in Brazil: about the first human case of severe acute respiratory disease in Minas General

Este relato apresenta as características clínico-epidemiológicas do primeiro caso de doença respiratória aguda grave pelo vírus Influenza A-H1N1 2009 registrado em Minas Gerais, com melhora após 68 dias de internação hospitalar. O paciente era do gênero masculino, Terceira década de vida, com índice de massa corpórea entre 30 e 40, sem outras comorbidades. A internação hospitalar foi necessária devido ao desenvolvimento, em uma semana desde o início de sua sintomatologia, de dispneia de rápida progressão para insuficiência respiratória e necessidade de suporte de ventilação mecânica (VM) devido à síndrome de angústia respiratória do adulto. Houve também o surgimento de rabdomiólise e insuficiência renal aguda. O início da sintomatologia ocorreu por volta da 24a semana epidemiológica, em Belo Horizonte (Minas Gerais), sem contato aparente com caso suspeito ou comprovado. A característica sintomatológica inicial foi de aumento da temperatura corpórea, tosse, mialgia, e rinorreia. A telerradiografia de tórax revelou inicialmente consolidação na base direita, com progressão rápida para múltiplas consolidações em vários lobos, sem aumentoda área cardíaca. Os parâmetros necessários para a VM, que perdurou por 40 dias, foram de pressão expiratória final positiva de 20 cmH2O, fração inspirada de oxigênio de 100 por cento, pressão inspiratória de 37 cmH2O, relação inspiração/expiração de 1:1,5 e saturimetria de pulso de 75 por cento. Surgiu hipotensão após a sedação para a intubação, revertida pela infusão de 1.000 mL de NaCl 0,9 por cento e norepinefrina. A terapia de substituição da função renal foi necessária durante 27 dias e realizada por intermédio da hemodiálise. O oseltamivir foi administrado por sete dias. Houve o desenvolvimento de infecções hospitalares associadas aos seguintes agentes: Enterococcus faecalis, Acinetobacter baumannii meticilina-resistente e Candida albicans. Os antibióticos e antifúngicos usados, em algum momento de sua evolução, foram...

Schistosomiasis and associated infections

In hospital-based series viral hepatitis B has been frequently described in association with schistosomiasis whilst in field-based studies the association has not been confirmed. The association between schistosomiasis and Salmonella bacteraemia has been well documented. More recently, acute schistosomiasis has been shown to be a facilitating factor in the genesis of pyogenic liver abscesses caused by Staphylococcus aureus. New evidences indicate an interaction between the acquired immunodeficiency syndrome (AIDS) and schistosomiasis. In this paper, data on the association of schistosomiasis with other infections are updated.

Splenic palpation for the evalution of morbidity due to schistosomiasis mansoni

This study was undertaken to determine the accuracy of splenic palpation for the diagnosis of splenomegaly, and to determine whether the frequency of individuals with a palpable spleen in an endemic area can be considered as an index of morbidity of schistosomiasis. For the clinical diagnosis of splenomegaly, two criteria have been tested: (A) presence of a palpable spleen and (B) presence of a palpable spleen whose border could be felt more than 4 cm below the costal margin. In an area of high prevalence of the disease (66.3 per cent) 285 individuals aged 18 years or more have been submitted to abdominal ultrasonography and physical examination. Splenomegaly was defined as a splenic lengh greater than 120 mm by ultrasound and the sensitivity, specificity, positive and negative predictive values of criterion A were 72.2 per cent, 90.5 per cent, 35.1 per cent and 97.8 per cent. The values for criterium B were 27.8 per cent, 98 per cent, 50 per cent and 95 per cent, respectively. In an non endemic area, 517 individuals were submitted to the same protocol and 22 individuals had a palpable spleen, but no patient fulfilled criterium B for splenomegaly, and only one met the ultrasonographic criterium for splenomegaly. The authors concluded that abdominal palpable is a poor method for the diagnosis of splenomegaly.

Chronic carriers of hepatitis B surface antigen in an endemic area for shistosomiasis mansoni in Brazil

Data on the association of schistosomiasis and hepatitis B in field-based studies are scarce. Two areas have been selected for this study: i) Queixadinha, endemic for shistosomiasis, with a population of 693 individuals, and ii) Capäo, a control non-endemic area, with 515 inhabitants. Sera of all individuals in both areas were tested for hepatitis B infection, yearly, from 1994 to 1997. In the first area hepatitis B was found in 32.1 per cent of children up to one year old and reached a peak of 68.7 per cent in the age range of 15 to 19 years. In the control area the prevalence of hepatitis B was under 5 per cent up to 19 years of age and the highest prevalence was observed in adults over 45. HBsAg was detected in 9.4 per cent of the individuals living in the endemic area for shistosomiasis and in 1.4 per cent of the controls (OR=4.98; 95 per centCI=3.7-6.7). The index of chronicity of HBsAg was not statistically different in the studied areas (8.1 per cent x 7.3 per cent; OR=1.09; 95 per cent CI=0.42-3.03) nor was it different for people with and without schistosomiasis in Queixadinha (8.7 per cent x 7.0 per cent). We conclude that the Schistosoma mansoni infection has not altered the course of hepatitis B in the studied area.

Fatores associados a alteraçöes urinárias em uma área hiperendêmica para esquistossomose mansônica: estudo clínico e ultrasonográfico / Factors associated on urinary alterations in one hyperendemic area for schistosomiasis mansoni: clinical and ultrasonographic study

Em Queixadinha, Caraí, MG, Brasil, 339 indivíduos com mais de 10 anos de idade (91,9 por cento da populaçäo nesta faixa etária) foram submetidos a dois exames parasitológicos de fezes pela técnica de Kato-Katz, exame clínico, ultrasom abdominal e um teste para elementos anormais na urina, por meio de fibra de elementos anormais (Comburtest 9 Boehring-Ingelheim). Os 48 pacientes que apresentaram proteinúria (+, ++ ou +++) na primeira visita à área foram examinados seis meses mais tarde e um novo teste para elementos anormais, complementado por sedimentoscopia, foi realizado. Nesta ocasiäo 25 pacientes apresentaram, de novo, testes positivos para proteinúria. Seis pacientes foram excluídos por causa de forte evidência de infecçäo urinária ou diabete. Os 19 pacientes restantes foram comparados à populaçäo com mais de 10 anos em relaçäo a: idade, sexo, raça, história de tratamento específico para esquistossomose, alteraçöes da palpaçäo hepática, presença de baço palpável, pressäo arterial, presença de ovos de S. mansoni nas fezes, carga parasitária e os seguintes parâmetros medidos pelo ultrasom: diâmetro longitudinal do baço, fibrose periportal, espessura dos ramos portais, espessura do tronco da veia porta, presença de colaterais portossistêmicas, calibre da veia porta, espessura da parede da vesícula biliar e diâmetro do lobo esquerdo do fígado. Após regressäo logística, a única variável associada à presença das referidas alteraçöes urinárias era a presença de fibrose hepática ao ultrasom.